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segunda-feira, 1 de junho de 2020

*Primavera sem flores*

Vaso De Chão Mdf Com Galhos Secos Flores Artificiais Brancas - R ...
Vivi quatro décadas de idade
Passou por mim a juventude
Sem se despedir, deixou saudade,
Sendo-me ingrata e rude.

Começo, daqui pra frente,
A descer a escada da velhice
O corpo, cansado já sente,
Saudade da meninice.

Do amor que pensei ter
Ficou o abandono, sozinho,
Deixando como lençol o sofrer
Que não agasalha o carinho.

Olhei pra frente, e vi a curva,
Que o destino me fez na vida
Deixando-me a visão turva
Apressando a minha ida.

Da vida subi a escada,
Pra cantar como andorinha
Minha alma deixou de sofrer calada,
Pelo amor que eu já não mais tinha.

Wellington Costa

Para amar tem que sofrer*

Uma honra ter em meu blog o poeta Cabedelense Wellington Costa, meu dileto amigo !
Músico, poeta, professor, radialista e jornalista; digamos, um atrevido.
Sou um dos poucos que ainda sente prazer no sorriso das crianças.
Sou um assassino do tempo pelo simples prazer em ouvir o marulhar das ondas ao quebrarem-se na praia.
Me comovo e sou capaz de chorar com a injustiça social. Sou louco e impertinente, ousado e capaz de morrer em pé a me ajoelhar diante da covardia.
Eu sou Wellington Costa sim senhor!

Wellington Costa
Assim como uma nuvem que se esvai
Embriagada pela brisa da noite
Minha alegria vagarosamente partia;
Silenciosa, triste e solitária
Com força meu peito machucava
Feito uma estrela que não mais brilhava
Porque no infinito explodia.

Sentei diante de uma mesa
Pensando em regurgitar sobre o papel
A dor que maltratava e me envolvia
Feito metástase fria
Devorava-me o desgosto
Excluindo o sorriso do rosto
Entristecendo-me em demasia.

Para entender o desatino desta rima
Não é preciso ser poeta importante
Doutor em rimas, métricas e versos,
Basta saber o que é dor de morrer
E morrer assim, bem devagar,
Sofrendo só por amar
Porque para amar tem que sofrer.

Wellington Costa

sábado, 21 de março de 2020

O ‘Dia Mundial da Poesia’ é comemorado no dia 21 de Março e a data foi criada na 30ª Conferência Geral da UNESCO, em 16 de Novembro de 1999, com o propósito de promover a leitura, escrita, publicação e ensino da poesia

Sou a Poesia - 21 de Março – DIA MUNDIAL DA POESIA
Homenagem da Fundação para o Dia Mundial da Poesia | Fundação Schmidt
Não sou apenas figurinhas perdidas por ai
Bordando uma branca folha de papel.
Sou versos com asas de passarinho
voando no céu do poeta.


Sou a Poesia!
Teço loas ao seu ouvido,
desperto versos adormecidos,
rascunhos engavetados,
talentos calados.

Sou palavra e reflexão
Sou também transpiração,
Sou o som que vibra n’ alma do poeta,
a canção que acalenta o desejo de escrever.

Sou vida em versos para além da vida!
Falo de mim e da vida alheia
Escrevo para mim e para todos.

Diná Fernandes

sexta-feira, 20 de março de 2020

A PAZ SEM VENCEDOR E SEM VENCIDOS

Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004) foi um dos grandes nomes da poesia portuguesa do século XX. Destacou-se como a primeira mulher a receber o Prêmio Camões, em 1999.
Frequentou o curso de Filologia Clássica na Universidade de Lisboa, porém acabou não concluindo. Em 1940, publicou seus primeiros versos em Cadernos de poesia. A partir de 1944, dedicou-se integralmente à literatura. Após o nascimento dos filhos, começou a escrever contos infantis. Além de literatura infantil, Sophia também escreveu contos, artigos, ensaios e traduziu obras para o francês e para o português. Em 1964, recebeu o grande prêmio de poesia pela Sociedade Portuguesa de Escritores pela sua obra Livro Sexto (1962).
Teve atuação política como opositora do governo salazarista e fez parte dos movimentos católicos contra o antigo regime. Foi fundadora da Comissão Nacional de Apoio aos Presos Políticos e eleita para a Assembléia Constituinte pelo Partido Socialista, em 1975.
O universo temático da autora é bastante rico, abrangendo a infância e a juventude (nos primeiros poemas), o tempo, as coisas, os seres, a religiosidade e a natureza, principalmente, o mar. Sua escrita é marcada pelo lirismo e por uma linguagem intimista. Também é possível perceber a influência da literatura clássica e a aproximação com a tradição grega.


Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Que o tempo que nos deste seja um novo
Recomeço de esperança e de justiça.
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos

A paz sem vencedor e sem vencidos

Erguei o nosso ser à transparência
Para podermos ter melhor a vida
Para entendermos vosso mandamento
Para que venha a nós o vosso reino
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos

A paz sem vencedor e sem vencidos

A paz sem vencedor e sem vencidos
Fazei Senhor que a paz seja de todos
Dai-nos a paz que nasce da verdade
Dai-nos a paz que nasce da justiça
Dai-nos a paz chamada liberdade

Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos


quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Portugal

Uma pérola póética !!
Abílio de Guerra Junqueiro-Portugal
15 Set 1850 // 7 Jul 1923
Escritor/Poeta/Jornalista/Político

Ficheiro:Casa-Museu Guerra Junqueiro 88.JPG – Wikipédia, a ...
Resultado de imagem para fotos de guerra junqueira em portugal
Maior do que nós, simples mortais, este gigante
foi da glória dum povo o semideus radiante.
Cavaleiro e pastor, lavrador e soldado,
seu torrão dilatou, inóspito montado,
numa pátria... E que pátria! A mais formosa e linda
que ondas do mar e luz do luar viram ainda!
Campos claros de milho moço e trigo loiro;
hortas a rir; vergéis noivando em frutos de oiro;
trilos de rouxinóis; revoadas de andorinhas;
nos vinhedos, pombais: nos montes, ermidinhas;
gados nédios; colinas brancas olorosas;
cheiro de sol, cheiro de mel, cheiro de rosas;
selvas fundas, nevados píncaros, outeiros
de olivais; por nogais, frautas de pegureiros;
rios, noras gemendo, azenhas nas levadas;
eiras de sonho, grutas de génios e de fadas:
riso, abundância, amor, concórdia, Juventude:
e entre a harmonia virgiliana um povo rude,
um povo montanhês e heróico à beira-mar,
sob a graça de Deus a cantar e a lavrar!
Pátria feita lavrando e batalhando: aldeias
conchegadinhas sempre ao torreão de ameias.
Cada vila um castelo. As cidades defesas
por muralhas, bastiões, barbacãs, fortalezas;
e, a dar fé, a dar vigor, a dar o alento,
grimpas de catedrais, zimbórios de convento,
campanários de igreja humilde, erguendo à luz,
num abraço infinito, os dois braços da cruz!
E ele, o herói imortal duma empresa tamanha,
em seu tuguriozinho alegre na montanha
simples vivia – paz grandiosa, augusta e mansa! -,
sob o burel o arnês, junto do arado a lança.
Ao pálido esplendor do ocaso na arribana,
di-lo-íeis, sentado à porta da choupana,
ermitão misterioso, extático vidente,
olhos no mar, a olhar sonambolicamente...
«Águas sem fim! Ondas sem fim! Que mundos novos
de estranhas plantas e animais, de estranhos povos,
ilhas verdes além... para além dessa bruma,
diademadas de aurora, embaladas de espuma!
Oh, quem fora, através de ventos e procelas,
numa barca ligeira, ao vento abrindo as velas,
a demandar as ilhas de oiro fulgurantes,
onde sonham anões, onde vivem gigantes,
onde há topázios e esmeraldas a granel,
noites de Olimpo e beijos de âmbar e de mel!»
E cismava, e cismava... As nuvens eram frotas,
navegando em silêncio a paragens ignotas...
– «Ir com elas...Fugir...Fugir!...» Ûa manhã,
louco, machado em punho, a golpes de titã,
abateu, impiedoso, o roble familiar,
há mil anos guardando o colmo do seu lar.
Fez do tronco num dia uma barca veleira,
um anjo à proa, a cruz de Cristo na bandeira...
Manhã de heróis... levantou ferro... e, visionário,
sobre as águas de Deus foi cumprir seu fadário.
Multidões acudindo ululavam de espanto.
Velhos de barbas centenárias, rosto em pranto,
braços hirtos de dor, chamavam-no... Jamais!
Não voltaria mais! Oh! Jamais! Nunca mais!
E a barquinha, galgando a vastidão imensa,
ia como encantada e levada suspensa
para a quimera astral, a músicas de Orfeus:
o seu rumo era a luz; seu piloto era Deus!
Anos depois, volvia à mesma praia enfim
uma galera de oiro e ébano e marfim,
atulhando, a estoirar, o profundo porão
diamantes de Golconda e rubins de Ceilão!

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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

VIVER É FÁCIL, DIFÍCIL É CONVIVER

Hoje trago uma excelente crônica da Escritora Tais Luso, ela aborda um tema bastante corriqueiro nos dias atuais, a  intolerância.
_ Tais Luso de Carvalho____

Hoje trago um assunto cabeludo: a convivência entre os humanos.
Uma boa parte do planeta é composta de gente saudável, amorosa, serena e generosa. Outra parte é conturbada, dominadora e destrutiva. E essa última faz o barulho sozinha; monta o barraco e bota fogo na paz dos outros. Àqueles que gostariam de viver tranquilos, como água de poço, não terão ssa sensação tão cedo. Nosso mundo não está preparado para ser um paraíso. E nem nós – os anjos.

Mesmo pisando em ovos, viver é maravilhoso. Gostaria de viver eternamente, adormecer ao embalo de suaves acordes, leve e solta, quem sabe como um pássaro.

Em todas as épocas a humanidade foi um fracasso em relação ao convívio com sua própria espécie. Conseguimos voar como os pássaros, conseguimos invadir os mares mais revoltos, conseguimos ir à Lua, namorar Marte e ficar girando meses no espaço. Porém, não conseguimos conviver com vizinhos e familiares sem muitos contratempos. A intolerância é muito forte, o vizinho tosse e se engasga no elevador e a vontade vem rápido, a cavalo:
— Vá tossir na tua casa, infeliz!

A vontade dos intolerantes é parar o elevador e descartar a criatura. Não funciona o tal pensamento de que somos todos irmãos, filhos do mesmo pai, fraternos e solidários. Bonito é, mas funciona só na evangelização religiosa. Dá uma sensação de alívio, de plenitude e espiritualidade. Meu louvado
irmãozinho...! Caim e Abel eram irmãos, e deu no que deu.

Estamos acabando com nossos sonhos. Os revoltados sem causa nascem em qualquer meio. Famílias se matam, alunos agridem seus professores, outros explodem com seus colegas - como temos visto nos Estados Unidos. Uma sociabilidade muito amorosa. Por isso que digo, tranquilidade como água de poço não é conosco. Queremos acreditar na boa fé das pessoas, mas se no meio do caminho houver uma pedra... Valha-me Deus!
A história do mundo é de guerra, de intolerância, de subjugação, de tortura.
Jamais imaginei ver legados arquitetônicos, de civilizações milenares, reduzidos a escombros como o acontecido em 2013 - na Síria. Toda a arte virou nada. Não dá para esquecer criancinhas morrendo ao tentarem fugir das guerras.
Mas somos assim desde sempre, bonitos e carismáticos, um embrulho com laços e fitas muitas vezes escondendo a nossa maldade e nossa doença.
E assim caminharemos até o fim dos tempos, ora nos abraçando, ora nos matando.
Quem sabe a poesia e a música continuem nos tocando com emoção. Já será um contraponto.

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segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Meu primeiro Livro Publicado

Viajei na estrada da poesia, viajei muito até encontrar meu norte, passeei pelo casarios dos poetas consagrados e neles busquei inspiração e, através da leitura, gradativamente fui ampliando conhecimentos e lapidando meus escritos, confesso sem nenhum acanhamento que iniciei com bagagem literária "zero", na crueza mesmo.

È certo que não se aprende a escrever poesia, precisa ter o dom poético aguçado, e um bom conhecimento literário, minha formação academica é a nível médio, precisei ler muito para me engajar no mundo da poesia onde entrei de peito aberto, não nego que das críticas senti medo, mas atte hoje não recebi nenhuma crítica que desabone meus pacatos versos.

Ontem foi par mim um dia de graças e glória, consegui levar a público o nascimento do meu primeiro filho. N. Senhora das Graças segurou minha mão com muito carinho.
Estou feliz e lisonjeada comigo mesma.

OBBRIGADA MEU DEUS!

Os versos que o poeta registra ninguém apaga.

https://www.agbook.com.br/book/307038--Bordados_do_Coracao

PoeRima N


Nasceu meu primeiro rebento,
N’um dia especial Jesus abençoou
Nascimento que trouxe-me contento
Natural, o amor que por esse filho brotou

Noites e noites namorando com a poesia
Namoro que em mim, despertou amor
Nas nossas conversas eu sempre descobria
Necessidade de voar como beija-flor

Nesse voo nova criação nasceu
Neurônios exercitados e com euforia
Nidificando o que da inspiração apareceu
Nos meus sentires joguei a fantasia.

Na garganta um grito comemora
No coração um misto de felicidade
N'alma o prazer, curte, ri e chora
Novo contexto mostra a realidade.

Diná Fernandes

Boas Festas!

                                               Aos seguidores amigos meus sinceros votos de um 2021 com sonhos renovados, e para o que ficou...