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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

VIVER É FÁCIL, DIFÍCIL É CONVIVER

Hoje trago uma excelente crônica da Escritora Tais Luso, ela aborda um tema bastante corriqueiro nos dias atuais, a  intolerância.
_ Tais Luso de Carvalho____

Hoje trago um assunto cabeludo: a convivência entre os humanos.
Uma boa parte do planeta é composta de gente saudável, amorosa, serena e generosa. Outra parte é conturbada, dominadora e destrutiva. E essa última faz o barulho sozinha; monta o barraco e bota fogo na paz dos outros. Àqueles que gostariam de viver tranquilos, como água de poço, não terão ssa sensação tão cedo. Nosso mundo não está preparado para ser um paraíso. E nem nós – os anjos.

Mesmo pisando em ovos, viver é maravilhoso. Gostaria de viver eternamente, adormecer ao embalo de suaves acordes, leve e solta, quem sabe como um pássaro.

Em todas as épocas a humanidade foi um fracasso em relação ao convívio com sua própria espécie. Conseguimos voar como os pássaros, conseguimos invadir os mares mais revoltos, conseguimos ir à Lua, namorar Marte e ficar girando meses no espaço. Porém, não conseguimos conviver com vizinhos e familiares sem muitos contratempos. A intolerância é muito forte, o vizinho tosse e se engasga no elevador e a vontade vem rápido, a cavalo:
— Vá tossir na tua casa, infeliz!

A vontade dos intolerantes é parar o elevador e descartar a criatura. Não funciona o tal pensamento de que somos todos irmãos, filhos do mesmo pai, fraternos e solidários. Bonito é, mas funciona só na evangelização religiosa. Dá uma sensação de alívio, de plenitude e espiritualidade. Meu louvado
irmãozinho...! Caim e Abel eram irmãos, e deu no que deu.

Estamos acabando com nossos sonhos. Os revoltados sem causa nascem em qualquer meio. Famílias se matam, alunos agridem seus professores, outros explodem com seus colegas - como temos visto nos Estados Unidos. Uma sociabilidade muito amorosa. Por isso que digo, tranquilidade como água de poço não é conosco. Queremos acreditar na boa fé das pessoas, mas se no meio do caminho houver uma pedra... Valha-me Deus!
A história do mundo é de guerra, de intolerância, de subjugação, de tortura.
Jamais imaginei ver legados arquitetônicos, de civilizações milenares, reduzidos a escombros como o acontecido em 2013 - na Síria. Toda a arte virou nada. Não dá para esquecer criancinhas morrendo ao tentarem fugir das guerras.
Mas somos assim desde sempre, bonitos e carismáticos, um embrulho com laços e fitas muitas vezes escondendo a nossa maldade e nossa doença.
E assim caminharemos até o fim dos tempos, ora nos abraçando, ora nos matando.
Quem sabe a poesia e a música continuem nos tocando com emoção. Já será um contraponto.

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Boas Festas!

                                               Aos seguidores amigos meus sinceros votos de um 2021 com sonhos renovados, e para o que ficou...